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Geólogos tentam entender por que o campo magnético da Terra está agitado

Dinâmica do núcleo terrestre faz com que o polo magnético norte se desloque 55 quilômetros por ano do Canadá para a da Sibéria

Por André Jorge de Oliveira
Atualizado em 16 jan 2019, 12h55 - Publicado em 15 jan 2019, 20h05
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  •  (NASA's Scientific Visualization Studio/Reprodução)

    As coisas andam meio esquisitas no extremo norte do planeta, magneticamente falando. Não é de hoje que sabemos que o polo norte magnético do planeta não para quieto. Desde o século 19, cientistas monitoram deslocamentos sazonais no campo magnético da Terra. Mais recentemente, na década de 1990, a extremidade norte do nosso grande ímã de dimensões planetárias começou a se comportar de maneira ainda mais inesperada — passou a mover-se 55 quilômetros por ano em vez dos 15 que costumava.

    Em tempos nos quais pessoas comuns que usam o Google Maps são tão dependentes de sistemas de navegação precisos quanto embarcações em alto mar ou aeronaves acima das nuvens, é ainda mais importante manter nossas coordenadas magnéticas bem calibradas. Para dar conta do recado, especialistas em geomagnetismo publicam a cada cinco anos uma versão atualizada do World Magnetic Model.

    A última vez que isso foi feito foi em 2015. Mas de lá para cá, as coisas mudaram tanto que os pesquisadores não tiveram escolha a não ser adiantar a revisão do modelo de 2020 para agora: deve ser publicada no dia 30 de janeiro. O primeiro duro golpe na precisão da escala veio em 2016, quando um poderoso pulso no campo magnético terrestre fez parte dele acelerar temporariamente para as profundezas na região norte da América do Sul.

     

    Essa anomalia, somada ao fato de que o polo norte magnético está rapidamente se distanciando do Canadá e rumando para a Sibéria, obrigou os geomagnetistas a anteciparem a atualização do modelo. O que torna o estudo do campo magnético da Terra algo tão imprevisível é o fato de que sua dinâmica é governada por forças ainda pouco compreendidas do interior da Terra. Mais especificamente, do núcleo terrestre.

    Fluxos de ferro líquido dentro do núcleo são os maiores responsáveis pelo vaivém do polo. Já os pulsos como os de 2016 são relacionados a ondas “hidromagnéticas”, que também se originam nas profundezas do núcleo. Por ser uma parte inacessível do planeta e, em muitos aspectos, misteriosa, os cientistas ainda estão tentando entender esses recentes comportamentos erráticos. A expectativa é de que, agora, o modelo resista até 2020.

    No caso do deslocamento do polo, acredita-se que tenha sido ocasionado por um jato de ferro líquido abaixo do território canadense. Esse movimento está dispersando e enfraquecendo o campo magnético na região. É como se a posição do polo magnético norte fosse governada por um cabo de guerra entre Canadá e Sibéria — no qual a porção siberiana claramente está levando vantagem. De qualquer forma, se esse grande ímã terrestre continuar agitado, os especialistas em geomagnetismo não terão descanso.

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