Furacões estão ficando mais fortes com o passar do tempo, indica estudo
A mudança pode estar relacionada ao aquecimento global, que provoca aumento da temperatura dos oceanos.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) mostrou que, com o passar dos anos, os furacões estão se tornando mais fortes. O estudo é baseado em imagens de satélite registradas ao longo de quatro décadas e reforça a teoria de cientistas de que, com o aumento da temperatura do mar como consequência do aquecimento global, os furacões também acabam se intensificando.
A explicação é simples: os furacões são formados como as chuvas, a partir da evaporação da água para a atmosfera. A diferença é que essa evaporação ocorre em grandes proporções, geralmente no meio do oceano, formando uma mega tempestade. Mas, são necessárias algumas condições de temperatura para o furacão se formar – a água deve estar acima dos 27 º C, e quanto mais alta, maior também o combustível para o redemoinho de vento.
O estudo liderado por James Kossin analisou dados que datam de 1979 até 2017. Sua equipe considerou furacões formados em diversas regiões do globo que alcançaram intensidades entre 3 e 5. A tendência é que esses fenômenos, que superam os 170 quilômetros por hora, aumentem cerca de 8% a cada década. Em 2013, Kossin já havia feito uma pesquisa demonstrando resultados parecidos, mas ela abrangia apenas o período entre 1982 e 2009.
Além da intensidade dos furacões, foram observadas também mudanças nas rotas seguidas por eles e suas velocidades. Em 2018, por exemplo, os furacões estavam se movimentando de forma mais lenta, o que representa riscos de inundação, já que as tempestades se mantêm nas mesmas regiões por longos períodos de tempo. Nas últimas décadas, foi possível observar isso no Atlântico Norte, onde as tempestades aumentaram em duração e frequência.
De toda forma, ainda é cedo para afirmar se a intensificação dos furacões, estritamente ligada ao aumento da temperatura do mar, é consequência natural ou humana. James Kossin disse em comunicado que a pesquisa “é um bom passo em frente e aumenta nossa confiança de que o aquecimento global tornou os furacões mais fortes, mas nossos resultados não nos dizem exatamente quantas das tendências são causadas pela atividade humana e quantas podem ser apenas a variabilidade natural”.