Fungos absorvem um terço do CO2 emitido por combustíveis fósseis
Estimativa sugere que fungos podem ter papel importante para conter o aquecimento global.
Fungos não são só os cogumelos que você come. Na verdade, o shiitake e o champignon correspondem a apenas 13% das espécies do reino Fungi. Um dos tipos de fungo mais importante para a natureza são os micorrízicos. “Rízicos” vem de raiz, e é um indicador de sua função: eles ficam nas raízes das plantas, e contribuem para a nutrição dela, além da saúde do solo. Estima-se que mais de 90% das espécies vegetais dependam deles. Mas, aparentemente, eles também são vitais para nós, humanos.
Isso porque a simbiose entre as plantas e os fungos retem uma grande quantidade de carbono no subsolo. Um recente estudo, publicado no periódico Current Biology, afirma que os fungos absorvem uma parcela importante das emissões anuais de CO2.
A equipe cruzou esses dados com informações sobre as próprias plantas: onde vivem, quão produtivas elas são, com quais fungos estão associadas. Assim, estimaram que cerca de 13,1 gigatoneladas de CO2 sejam transferidas para fungos a cada ano – o equivalente a cerca de 36% das emissões anuais de combustíveis fósseis.
O número é uma estimativa e, segundo os pesquisadores, tem algumas incertezas. Por exemplo, eles não sabem quanto tempo esse carbono passa preso no subsolo.
Uma parcela fica lá mesmo depois da morte do fungo, onde se liga a partículas do solo ou é reutilizada por outras plantas, mas outra parte pode ser liberada de volta para a atmosfera. Além disso, a maioria dos dados foi baseada em registros limitados a um lugar e um momento – quase não havia dados da África, por exemplo.
Mesmo assim, eles esperam que o estudo sirva de ponto de partida para uma melhor compreensão da relação entre plantas e fungos e como ela pode nos ajudar a planejar melhores soluções climáticas – usando a própria natureza a seu favor.