Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Filhote de lobo mumificado é encontrado em permafrost no Canadá

O animal, que segundo estimativas viveu há 57 mil anos, estava com pele, ossos e órgãos praticamente intactos.

Por Carolina Fioratti
22 dez 2020, 17h28

Em 2016, o minerador Neil Loveless saiu para trabalhar na região montanhosa de Yukon, no Canadá. Talvez ele tenha retornado para a casa sem ouro nesse dia, mas encontrou uma relíquia que teria grande valor para a paleontologia. 

Em meio ao permafrost, um tipo de solo constituído por terra e gelo, havia um pequeno lobo morto, mas que estava com o corpo extremamente conservado. O minerador notificou Grant Zazula, um paleontólogo do governo de Yukon. Zazula, então, entregou o animal mumificado a Julie Meachen, pesquisadora da Des Moines University, em Iowa (EUA). Junto de sua equipe, ela deu início ao estudo do animal.

O pequeno lobo mumificado era, na verdade, uma fêmea filhote de 700 gramas, que parece ter morrido entre sua sexta e sétima semana de vida. O animal recebeu o nome de Zhùr, que significa “lobo” na língua Hän – falada pelo povo Trʼondëk Hwëchʼin, que vive nas redondezas em que o filhote foi encontrado. O estudo completo foi publicado na revista científica Current Biology.

Zhùr, que estava com a pele, ossos e órgãos praticamente intactos, foi submetida a uma série de análises – como estudos de DNA e datação de carbono. Com isso, os cientistas concluíram que o filhote viveu entre 56 e 57 mil anos atrás, durante o Último Período Glacial. Os pesquisadores também observaram que o genoma do animal tem ligações com uma espécie antiga que parece ser o ancestral comum dos lobos cinzentos modernos (Canis lupus).

Os lobos desse período costumavam se alimentar de bois-almiscarados e renas, mas a dieta de Zhùr era mais sofisticada, envolvendo, principalmente, salmão e outros peixes. O período em que o filhote viveu possuía temperaturas altas o suficiente para que houvesse rios e riachos na região, nos quais Zhùe e sua família aproveitavam para caçar. Os lobos modernos costumam apresentar este mesmo comportamento nos meses de verão. 

Continua após a publicidade

Não se sabe ao certo o que causou a morte precoce da lobinha. De acordo com Meachen, “não há evidências de que ela morreu de fome e não há danos físicos em seu corpo”, disse, em entrevista a New Scientist. A hipótese sustentada pelos pesquisadores é a de que Zhùr acabou morrendo após a entrada da toca em que estava desabar sobre ela. Os cientistas chegaram a esta conclusão após perceberem que o solo onde a toca foi cavada era arenoso e instável.

A descoberta do lobo mumificado é boa e ruim ao mesmo tempo. O fóssil representa um novo recurso para o estudo do passado, mas também é visto como algo negativo quando considerado o degelo do permafrost. O corpo de Zhùr só foi encontrado porque as mudanças climáticas estão causando o aquecimento global e, consequentemente, o derretimento do solo. 

O animal, que foi definido pelos pesquisadores como “o lobo mais bem preservado que já foi encontrado”, ficará em exposição no Centro Interpretativo de Yukon Beringia, no Canadá. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.