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Estudo confirma teoria sobre o segredo dos violinos Stradivarius

Os violinos fabricados pelo italiano Antonio Stradivari são mundialmente conhecidos pela qualidade de som. Agora, um estudo revelou a razão: ele aplicava um tratamento químico na madeira dos instrumentos.

Por Luisa Costa
17 ago 2021, 18h40

Cremona, no norte da Itália, é uma região conhecida por abrigar as oficinas dos melhores fabricantes de violinos da história – entre eles Guarneri del Gesù e Antonio Stradivari, que, no século 17, produziu instrumentos (violinos, harpas, violões e violoncelos) que se tornaram mundialmente reconhecidos pela excepcional qualidade de som. Para se ter ideia, hoje um Stradivarius – instrumento confeccionado por Stradivari – pode valer milhões de dólares.

Por que os Stradivarius soam tão bem é algo que músicos e cientistas tentam explicar há bastante tempo. Existem algumas teorias, que envolvem desde a madeira utilizada até o clima europeu no período de fabricação dos instrumentos. Mas um novo estudo, publicado por cientistas de Taiwan, confirmou outra coisa: na verdade, os artesãos usavam processos químicos para tratar a madeira dos violinos.

Os pesquisadores analisaram amostras de madeira de violinos da época, e identificaram resíduos de uma série de minerais – como bórax, zinco, cobre e alúmen – que foram usados ​​pelos fabricantes de violinos a partir de métodos caseiros para tratar a madeira usada nos instrumentos – com o objetivo de preservação do material ou mesmo de ajuste acústico.

Os pesquisadores investigaram a madeira utilizada nos instrumentos de Cremona, a partir de várias técnicas químicas. Eles combinaram os dados analíticos obtidos com informações históricas para, então, confirmar a teoria – proposta anteriormente pelo pesquisador Joseph Nagyvary, hoje professor emérito de bioquímica na Texas A&M University, nos Estados Unidos.

“Minhas pesquisas de muitos anos se basearam na suposição de que a madeira dos grandes mestres [artesãos de Cremona] passou por um tratamento químico agressivo, e isso teve um papel direto na criação do grande som do[s instrumentos de] Stradivari e Guarneri”, disse Nagyvary.

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Ele comenta as descobertas recentes: “Esse novo estudo revela que Stradivari e Guarneri tinham seu próprio método de processamento de madeira, ao qual eles podem ter atribuído um significado considerável”. 

“Esses métodos eram mantidos em segredo. Não havia patentes naquela época. Como a madeira era manipulada com produtos químicos, estes eram impossíveis de adivinhar pela inspeção visual do produto acabado”, afirma o pesquisador.

Segundo ele, provavelmente estes conhecimentos – que conferiam vantagens acústicas e alguma resistência à madeira – eram necessários para que os artesãos conseguissem vantagens competitivas sobre outros fabricantes de instrumentos.

Os cientistas envolvidos no estudo ainda indicam que outras experiências com várias receitas mineiras em violinos montados serão necessárias para compreender melhor os efeitos acústicos da modificação da madeira.

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