Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Esta planta resiste (e floresce) em meio ao deserto do Vale da Morte

E decifrar os seus genes pode ajudar outras espécies, no futuro, a enfrentar a alta das temperaturas provocada pelo aquecimento global.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 7 ago 2023, 15h53 - Publicado em 4 ago 2023, 19h13

Não faltam evidências de que o aquecimento global já tem gerado consequências irreversíveis para a vida na Terra: o último mês de julho, por exemplo, tornou-se o mais quente já registrado em toda a história da humanidade. E a expectativa é que esses recordes de temperatura continuem sendo quebrados se nenhuma medida for tomada.

Em meio a esse cenário, cientistas do mundo estudam organismos que conseguem viver em situações extremas de calor (numa tentativa de encontrar formas de adaptação aos cenários mais agudos da crise climática). E uma planta do Vale do Morte é especialista nisso.

Ele não tem esse nome à toa. Localizado na Califórnia (EUA), o lugar é um dos ambientes mais quentes do mundo – e onde a maior temperatura do planeta foi registrada: incríveis 56,7º C, em 1913.

É exatamente nesse deserto à la Mad Max que vive uma plantinha curiosa: a Tidestromia oblongifolia, um tipo de arbusto florido conhecido por sua alta resistência ao calor.

Recentemente, pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan (EUA) decidiram estudar o quão durona a T. oblongifolia pode ser. O objetivo era entender como a planta é capaz de aguentar calor – para que, no futuro, ela possa ajudar a desenvolver outras culturas a fazer o mesmo.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores pegaram o arbusto e outra planta parente da região do México, a Amaranthus hypochondriacus, e as colocaram em uma câmara no laboratório. Elas foram cultivadas em temperatura ambiente – que, aos poucos, aumentou até chegar nas condições do Vale da Morte.

Nos 50ºC, a planta mexicana não aguentou e deixou de crescer em alguns dias. Já o arbusto do Vale não só resistiu como também floresceu. Além disso, conseguiu fazer fotossíntese de forma bastante eficiente, segundo os cientistas. Como?

Uma de suas artimanhas é diminuir o tamanho de suas células. Isso altera os cloroplastos (organelas em que ocorre a fotossíntese), fazendo com que eles fiquem mais densos e num formato parecido com um copo. As mitocôndrias (as usinas de energia das células), por sua vez, ficam mais próximas deles, tornando o processo de conversão de luz em energia mais eficiente. 

Continua após a publicidade

Além disso, os pesquisadores encontraram evidências de que a expressão dos genes pode aumentar ou diminuir dependendo da temperatura. Essa diferença pode estar diretamente relacionada a essa habilidade de fazer fotossíntese mesmo em condições tão extremas.

Agora, o próximo passo agora é identificar quais são esses genes e ver se é possível movê-los para as culturas utilizadas na nossa agricultura. Plantações de soja, arroz, feijão e cia. possuem um certo limite a qual conseguem suportar. Temperaturas acima de 35º C costumam ser mortais para a maioria delas. 

Compartilhe essa matéria via:

A vida secreta das árvores: O que elas sentem e como se comunicam

A vida secreta das árvores: O que elas sentem e como se comunicam

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.