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Esses gorilas cavam o solo à procura de trufas, e não de insetos como se pensava

Comportamento peculiar parece ser influenciado pelo contexto social dos primatas, revelou um novo estudo.

Por Manuela Mourão
20 abr 2025, 16h00

Cachorrinhos italianos costumam levar, ano após ano, o título de melhores farejadores de trufas. Porquinhos e até passarinhos também são reconhecidos por essa habilidade.

Agora, um novo estudo revelou que um grupo de gorilas “raspadores de solo”, que vive no Parque Nacional Nouabalé-Ndoki no Congo, estão a procura desses cobiçados fungos nobres – e não de insetos, como se pensava antes.

As trufas são fungos subterrâneos que crescem entre 20 cm e 40 cm de profundidade, geralmente próximas às raízes de carvalhos e castanheiras. No caso dos grandes primatas do Nouabalé-Ndoki, eles estavam em busca de um tipo específico: as Elaphomyces labyrinthinus, também conhecidas como trufas-de-veado.

Na reserva, estima-se que há 180 gorilas-da-planície-ocidental (Gorilla gorilla gorilla). Por uma década, o pesquisador Gaston Abea, especialista em primatologia com foco em conservação e ecologia comportamental de primatas, liderou uma equipe que acompanhou os movimentos desses animais. Após anos de observação, os cientistas conseguiram coletar amostras dos alimentos escavados pelos gorilas e enviaram os espécimes para identificação taxonômica.

Abea se tornou a primeira pessoa indígena em Ndoki assinar um estudo científico como autor principal. A pesquisa foi publicada recentemente no periódico Primates

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A equipe acredita que o comportamento de busca por trufas tem implicações sociais relevantes para os gorilas. Embora nem todos os grupos pratiquem essa atividade, alguns indivíduos parecem abandoná-la ou readotá-la ao migrarem de um grupo para outro — um padrão que oferece pistas importantes sobre a estrutura social desses primatas.

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Um exemplo notável é o de uma fêmea adulta que se deslocou de um grupo onde a busca por trufas era rara para outro em que o comportamento era parte da rotina diária. Após a mudança, ela ajustou seus próprios hábitos, sugerindo que esse tipo de tarefa pode ser influenciado pelo contexto social e até transmitido culturalmente entre os gorilas.

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Em comunicado, o autor diz que “o conhecimento tradicional do meu povo sobre essas florestas está ameaçado pelos estilos de vida modernos, mas está se mostrando inestimável para continuar estudando e preservando esses ecossistemas”. Além disso, Abea diz que algumas mudanças vêm para o bem: “Nossos ancestrais costumavam caçar gorilas. Agora nós os protegemos, e espero inspirar outros Ba’Akas [tribo nômade de caçadores-coletores que vive na República do Congo] a fazerem o mesmo”.

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