Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Entenda como funcionam os anticoncepcionais de microagulhas

Eles são autoaplicáveis, baratos, têm longa duração — e podem ser o futuro da contracepção.

Por Maria Clara Rossini
14 nov 2019, 18h25

Encontrar o anticoncepcional perfeito é tão impossível quanto encontrar uma pessoa perfeita. Efeitos colaterais, altos preços e desconforto são só alguns dos inconvenientes que afetam as mulheres que optam por usá-los. Agora, um novo modelo entra em jogo para competir no mercado: o adesivo de microagulhas.

Ele é basicamente um band-aid com pequenos espinhos. A mulher cola o adesivo na pele e deixa ele lá por um minuto. Esse é o tempo necessário para as mini agulhas se separarem do adesivo e penetrarem a pele. Elas carregam os hormônios que vão sendo liberados ao longo do mês, e aí a pessoa só precisa voltar a colar o adesivo no mês seguinte.

adesivo-microagulha-anticoncepcional-1
(Georgia Tech/Reprodução)

O contraceptivo está sendo desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia e pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Por enquanto ele é apenas um protótipo, mas tudo indica que ele será uma alternativa no futuro. Cada adesivo contém 100 microagulhas biodegradáveis e não é dolorido. Os pesquisadores estimam que ele possa ser produzido em massa por apenas um dólar cada.

As microagulhas já são usadas pela indústria farmacêutica e de cosméticos. Elas tornam as aplicações de insulina menos dolorosas e são usadas em tratamentos para minimizar a acne e algumas rugas.

Continua após a publicidade

Para quem esquece de tomar a pílula anticoncepcional no mesmo período todos os dias, os anticoncepcionais de longo prazo são um alívio. Em testes feitos em animais, a proteção do adesivo durou mais de um mês após uma única aplicação.

O hormônio liberado é o levonorgestrel, o mesmo usado no dispositivo intrauterino hormonal (DIU). A grande diferença está na forma que a droga é recebida. Ao contrário das agulhinhas, o DIU é inserido dentro do útero por meio de um procedimento bem desconfortável.

Já existem modelos adesivos de anticoncepcionais que são trocados uma vez por mês, como o Evra, a única marca comercializada no Brasil. O inconveniente é que a usuária precisa ficar com o adesivo colado na pele por três semanas. Nesse meio tempo, o adesivo pode se descolar parcialmente ou totalmente, coçar e irritar a pele.

Os pesquisadores conduziram um teste usando adesivos placebos em mulheres da Índia e Nigéria. O adesivo e as agulhas eram os mesmos do protótipo, só que sem os hormônios. Apenas 10% das mulheres disseram que a aplicação doeu um pouco, mas nenhuma delas relatou dor depois de uma hora.

O adesivo com a droga ainda não começou a ser testado em humanos. Os pesquisadores pretendem aumentar a concentração de hormônios nas agulhas, para que o adesivo seja aplicado uma vez a cada seis meses, ao invés de mensalmente.

Já existem dezenas de métodos contraceptivos diferentes que podem ser usados, mas todos possuem defeitos e dependem do organismo de cada mulher. O principal problema, no entanto, está em países subdesenvolvidos, onde a população não tem acesso a esses recursos. Segundo uma pesquisa publicada no The Lancet em 2018, 44% das gravidezes entre 2010 e 2014 no mundo não foram planejadas.

Os cientistas esperam que os adesivos possam ser usados em países subdesenvolvidos, onde o acesso à saúde e contracepção é mais restrito. Mas ainda vai demorar um tempo pra ele chegar no mercado. Os primeiros testes clínicos estão previstos para daqui dois ou três anos, e aí se inicia uma série de testes para garantir a eficácia e segurança do dispositivo antes que ele chegue na pele das mulheres.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.