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É verdade que só as baratas sobreviveriam a um desastre nuclear?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 out 2008, 22h00

Texto Marina Bessa

É mentira. Tudo indica que esse mito tenha nascido na década de 1960, com o relato nunca confirmado de que baratas teriam sobrevivido às bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki.

A crença até que tem fundamento: baratas são mais resistentes que os humanos e que quase todos os outros animais não-insetos. Além do tamanho diminuto, a bichinha se vira muito bem em um ambiente hostil – ela come matéria em decomposição e pode viver sem cabeça por algumas semanas. Mas a suposta resistência à radioatividade estaria relacionada à sua constituição: por serem organismos muito simples, elas têm poucos genes sujeitos a mutação. E, como suas células se dividem muito mais lentamente que as nossas, elas ganham mais tempo para consertar problemas causados pela radiação, como danos fatais ao DNA.

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Isso tudo faz das baratas cerca de 20 vezes mais resistentes à radiação que o homem, que afrouxa com meros 1 000 rads (unidade de radiação absorvida). Mas não basta para sobreviverem a uma bomba como a de Hiroshima, que irradiou 34 mil rads no seu epicentro.

Os verdadeiros heróis da resistência seriam os mais simples dos seres, como musgos, algas e protozoários. É provável que a última das sobreviventes seria a bactéria Deinococcus radiodurans, presente em ambientes ricos em matéria orgânica, que consegue se multiplicar até sobre lixo radioativo. Coitada da barata.

Corrida radioativa

Exposta à radiação, a barata morreria bem antes de outros insetos, alguns vermes e muitas bactérias

Barata Americana – 20 mil rads

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Caruncho de madeira (Lyctus brunneus) – 48 mil rads

Mosca-das-frutas – 64 mil rads

Larva parasitóide (Habrobracon hebetor) – 180 mil rads

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Bactéria (Deinococcus radiodurans) – 1,5 milhão de rads

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