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Conheça o protetor solar de DNA, que não precisa ser reaplicado

Você coloca a película, feita de um material... polêmico, sobre a pele uma única vez. E pronto, está livre de queimaduras.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 2 ago 2017, 18h35 - Publicado em 1 ago 2017, 16h40

30, 45, ou 60? Qual o fator de proteção que você costuma escolher?

É verdade que há alguns meses gelados pela frente até que você se sinta confortável em vestir roupas de banho e aproveitar outra temporada na praia. Mas, para evitar que suas férias tenham um tom vermelho camarão, é importante não se esquecer do melhor amigo de qualquer tarde de sol: o bom e velho filtro solar. O grande problema da solução cremosa é a necessidade de constante aplicação. Vira e mexe é preciso uma outra demão de protetor, para garantir que sua pele se mantenha intacta.

A boa notícia é que uma descoberta publicada na Scientific Reports pode ser a salvação para quem tem preguiça de ficar constantemente besuntado. Criado a partir de DNA (não-humano, já explicamos do que esse troço é feito), o novo protetor solar é nada menos do que uma película muito fina, que funciona como uma segunda pele. Ela tem a habilidade especial de se tornar mais potente com o tempo, deixando entrar cada vez menos luz conforme é exposta à radiação solar. Ou seja: diferente das opções atuais, o efeito não “some” ao longo do dia. Quanto mais tempo você ficar fritando em sua cadeira, mais estará protegido.

A solução gelatinosa é preparada a partir do material genético, e então é espalhada em uma superfície de vidro para ser ressecada – até virar uma fina película. Esta camada, quando fixada na pele, consegue também mantê-la hidratada por longos períodos, diminuindo os efeitos da evaporação natural que nosso corpo sofre.

A ideia é usar essa película como boi de piranha para o sol. “Nós pensamos, vamos inverter as coisas. O que aconteceria se utilizássemos o DNA como uma camada de sacrifício? Então, ao invés de modificar o DNA da pele, estragamos a camada que está acima dela”, explica Guy German, um dos autores do estudo.

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Sabe-se que a radiação ultravioleta que atinge a Terra se divide essencialmente em duas partes. Os raios UVA são os mais nocivos, atingindo as camadas mais profundas da pele. Sua ação é responsável pelo surgimento de câncer – e dá uma boa acelerada no processo de envelhecimento nas células de nossa pele. Aquela camada vermelha incômoda, por sua vez, é obra dos raios UVB, que já fazem seus estragos mesmo sem passar da epiderme.

O material mostrou eficiência digna de qualquer marca que você encontra na prateleira de supermercado. Com a técnica, dá para barrar, já inicialmente, 90% dos raios UVA e 20% dos UVB. A efeito de comparação, os modelos com fator de proteção (FPS) mais altos também funcionam mais ou menos nesta faixa, bloqueando entre 93% e 98% dos raios UVA.

Explicada sua eficácia, a origem do DNA que dá liga à mistura é que passa a ser a pergunta de um milhão de dólares. Errou quem chutou que é humana. O material genético usado, na verdade, vem diretamente do fundo de águas bem geladas – já que é extraído de esperma de salmão. Estranho, nós sabemos. Antes de olhar torto, entenda que essa não foi uma escolha arbitrária dos cientistas: “Era apenas uma das fontes de DNA que tínhamos disponíveis”, defendeu German, em entrevista à Popular Science.

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