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Conheça Geoff Marcy, o astronômo que procura ETs (de verdade)

O astrônomo americano Geoff Marcy já descobriu mais de 100 planetas. Agora, ele decidiu procurar novas civilizações. Por enquanto, nada foi encontrado. E por um motivo: Marcy aposta que deveríamos procurar por raios lasers enviados por ETs.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 24 jun 2012, 22h00

Por Salvador Nogueira

O astrônomo americano Geoff Marcy já descobriu mais de 100 planetas. Agora, o pesquisador da Universidade de Berkeley se entediou e decidiu procurar novas civilizações. Ele busca inteligência extraterrestre ¿ o que envolve procurar sinais de ondas emitidas por sociedades alienígenas inteligentes. Os esforços até agora se concentraram na procura por ondas de rádio. Mas nada foi encontrado. Por um motivo: Marcy aposta que deveríamos procurar por raios lasers enviados por ETs.

Por que, para encontrar alienígenas, devemos procurar por ondas?
Já sabemos que civilizações avançadas podem estar se comunicando com suas colônias usando quaisquer comprimentos de onda, desde rádio até raios gama. Estamos desenvolvendo novas técnicas, com novos detectores e telescópios, para cobrir a luz visível e o infravermelho. Vamos torcer para que eles estejam transmitindo nessas frequências!

Você aposta no laser como a forma de comunicação alienígena. Por quê?
Na verdade, nossos militares estão usando lasers, e não ondas de rádio. Aposto nos lasers porque eles são mais eficientes do ponto de vista energético e permitem que a comunicação seja mais privativa.

Um paradoxo da busca por ETs é que ela supõe que as civilizações que podemos achar devem ser bem mais antigas e avançadas (pelo simples fato de o Universo ser bem mais velho que a humanidade) e ao mesmo tempo presume que vai usar tecnologias às quais temos acesso agora, como rádio e lasers. Faz sentido isso?
É um bom argumento. Suspeitamos que nossas tecnologias para comunicação sejam primitivas comparadas às de civilizações avançadas. Talvez elas não usem rádio ou nenhuma outra onda eletromagnética. Há duas respostas para isso. Primeiro, talvez estejamos errados e a luz ainda seja a melhor forma de comunicação até mesmo para civilizações avançadas. Afinal, ainda usamos vozes e papéis, que são tecnologias antigas, apesar de milhares de anos de avanços. De fato, quando a televisão foi inventada, as pessoas diziam que os rádios se tornariam obsoletos. Não aconteceu. Agora, mesmo que esse não seja o caso e os alienígenas estejam usando formas avançadas de comunicação, só podemos procurar sinais que conhecemos. Não podemos buscar tipos de comunicação que não conseguimos imaginar. No fim, estamos limitados pela imaginação. Precisamos tentar fazer as descobertas sem saber por antecipação se há alguma chance de sucesso.

Além dos sinais de laser dos ETs, vocês também estão procurando esferas Dyson. Elas seriam enormes bolas construídas por civilizações avançadas ao redor de estrelas, que serviriam para absorver energia solar. É uma teoria legal, concebida pelo físico britânico Freeman Dyson. Mas como podemos procurar um negócio desse?
Sim, estamos tentando detectar esferas Dyson. Procuramos estrelas que se tornam completamente escuras por um período e depois voltam a brilhar. A mudança drástica do brilho aconteceria se uma civilização a cobrisse com uma esfera gigante para coletar a luz da estrela. Mas poderia haver janelas ou vãos na esfera, por onde a luz poderia brilhar.

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