Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Como os raios UV matam o coronavírus?

Uma fração específica dos raios ultravioleta, que normalmente é bloqueada pela camada de ozônio, é capaz de destruir o material genético do Sars-CoV-2 e de outros micro-organismos. Entenda.

Por Maria Clara Rossini
8 jul 2020, 17h57

Talvez você já tenha ter ouvido falar das lâmpadas de raios UVC, que afirmam poder eliminar o coronavírus e outros microorganismos. Apesar de parecer estranho à primeira vista, o fato é que o mecanismo funciona e tem embasamento científico. A técnica, que já era usada em outros patógenos, como o influenza, também se mostrou efetiva contra coronavírus.

Um estudo publicado recentemente na Scientific Reports mostrou que a luz UVC elimina até 99,9% dos coronavírus HCoV-229E e HCoV-OC43, quando eles são expostos a esse tipo de radiação durante 25 minutos. Os coronavírus humanos possuem genomas de tamanhos semelhantes, então espera-se que a eficiência seja a mesma contra o Sars-CoV-2.

Pesquisadores da USP também verificaram a eficácia microbicida dos raios contra o Sars-CoV-2 em laboratório. Os cientistas esperam usar a tecnologia para descontaminar, por exemplo, a máscara N95, essencial aos profissionais de saúde. Ela é descartável, mas com a irradiação de raios UVC, a proteção poderia ser reutilizada. Um outro artigo, ainda em preprint, mostrou a eficácia na descontaminação das máscaras.

Mas afinal, como isso funciona? 

Primeiro é importante saber do quê estamos falando. Os raios ultravioleta nada mais são do que ondas. Nós não conseguimos enxergá-las porque o olho humano só detecta um intervalo específico de comprimentos de ondas, chamado espectro visível. É aí que se encontram as ondas responsáveis pela percepção das cores. Os raios ultravioleta, no entanto, possuem comprimento menor, abaixo de 400 nanômetros, e aí o nosso olho não dá conta de captar.

Continua após a publicidade

Os raios UV são emitidos pelo Sol e divididos em três tipos: UVA, UVB E UVC. O primeiro, UVA, é o mais abundante na Terra, responsável pelo bronzeado, mas também pelo envelhecimento da pele. O UVB é majoritariamente retido pela camada de ozônio, mas o pouco que chega na gente já é capaz de causar queimaduras e vermelhidão na pele.

O responsável por eliminar o vírus é o terceiro, o UVC. Os raios desse tipo possuem de 200 a 300 nanômetros de comprimento, podendo atravessar a cápsula proteica e danificar o material genético de vírus e outros micro-organismos, que perdem a capacidade de infectar e causar doenças. A técnica já era conhecida e utilizada para desinfecção de superfícies e líquidos desde a metade do século 20. 

As lâmpadas UVC não podem ser usadas para desinfetar as mãos, pois esse tipo de radiação pode causar queimaduras e câncer de pele. Os raios UVC emitidos pelo Sol não chegam à superfície terrestre, pois são filtrados pela camada de ozônio. As luzes UVC artificiais, no entanto, nunca devem ser apontadas para os olhos ou o corpo. 

Continua após a publicidade

A eficácia da descontaminação vai depender do tamanho do ambiente, potência da lâmpada e tempo de exposição. Algumas empresas, em parceria com universidades, fabricam “câmaras” de luz UVC. Os equipamentos hospitalares, como as máscaras, podem ser colocados lá dentro para receber a radiação. A luz ultravioleta já está sendo usada em hospitais, clínicas, ônibus e metrôs do Brasil e outros países.

Pesquisadores do MIT também apostam na tecnologia como uma maneira de eliminar o coronavírus em ambientes maiores, como depósitos e supermercados. A universidade criou um robô que passeia pelo local emitindo esse tipo de luz.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.