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Como as plantas se protegem dos raios ultravioletas?

Não, elas não precisam de protetor solar. Em vez disso, utilizam um mecanismo que os humanos também possuem, mas de forma bem mais eficiente

Por Ingrid Luisa
17 abr 2018, 16h08

Em tempos de aquecimento global, não é seguro sair de casa sem protetor solar. Sua mãe com certeza já deve ter dito isso para você, e ela tem razão: raios UV emitidos pelo sol, de maneira resumida, podem causar danos no DNA, gerando desde envelhecimento precoce até câncer de pele. Mas e as plantas? Dependendo da espécie (se for uma planta de sol, por exemplo), elas ficam submetidas a luz solar o dia inteiro. Como elas se protegem? Os raios UV não fazem mal para elas?

Fazem sim, mas elas possuem um forte mecanismo de proteção. Na verdade, elas utilizam um que os humanos também usam, mas de forma bem mais eficaz, e foi isso que um novo estudo publicado na revista Nature Communications mostrou.

O mecanismo funciona assim: o DNA é formado por duas fitas (hélices, no nome “científico”) que formam uma espécie de espiral. Quando esse DNA é danificado pelos raios ultravioletas, proteínas responsáveis pelo conserto abrem a dupla hélice, retiram a parte danificada e a trocam por uma nova. Esse processo é chamado de reparo por excisão (remoção) de nucleotídeo — que são as unidades do DNA formada pelas famosas letrinhas A, G, C e T. Nos humanos, esse processo de reparo é um dentre os vários utilizados, mas acontece de forma mais lenta. Nas plantas, porém, o negócio é bem rápido.

Para descobrir isso, os cientistas expuseram a  Arabidopsis thaliana (o “ratinho de laboratório” vegetal, a planta mais utilizada em estudos científicos) a 24 horas de sol, e mapearam os reparos de rescisão com uma nova técnica chamada XR-seq — que permite a detecção e o sequenciamento das partes de DNA danificadas que são retirados no conserto. Isso possibilita que eles comparem esse trechos com os de um genoma de referência e saibam exatamente quais foram substituídos. “Descobrimos que a eficiência do reparo acoplado à transcrição [conserto que já orienta a formação de novas proteínas] é bem maior em plantas que em animais ou bactérias”, disse o pesquisador Onur Oztas.

O estudo concluiu que as plantas conseguem corrigir seu DNA defeituoso muito mais rápido que nós. Por isso, elas estão dispensadas de passar protetor solar (por enquanto).

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