Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Como afundou o CSS Hunley, submarino de guerra do século 19

A engenhoca, usada em 1864 durante a Guerra de Secessão, foi o primeiro submarino da história a afundar um navio inimigo... mas nunca mais voltou

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 ago 2017, 18h16 - Publicado em 24 ago 2017, 18h11

Os submarinos atuais são ambientes apertados e desconfortáveis. Mas não chegam nem aos pés do claustrofóbico CSS Hunley. Com apenas 12 metros de comprimento, a pequena embarcação entrou para a história ao lançar um torpedo contra o USS Housatonic, barco de 62 metros que participava de um bloqueio no porto de Charleston, na Carolina do Sul, durante a Guerra Civil Americana.

O Hunley, que era da Confederação (sul), lançou um torpedo e atingiu em cheio o alvo da União (norte), mas não conseguiu voltar da missão – desapareceu e virou uma lenda da história militar. Seus destroços foram encontrados em 1995, 131 anos depois do naufrágio.

Descobriu-se então que seus tripulantes morreram em seus postos, sem tentar fugir ou reagir: seus esqueletos estão até hoje nos assentos. Não há evidências de que o navio inimigo tenha identificado o submarino e tentado um contra-ataque – o casco do Hunley não tem marcas de tiro. Ou seja: ele naufragou sozinho.

Em busca de uma resposta para esse mistério, Rachel Lance, especialista em biomecânica e ferimentos da Universidade Duke, na Carolina do Norte, construiu o USS Tiny (em inglês, “pequeno”) – uma réplica detalhada do submarino confederado, só que dez vezes menor. Quase um brinquedo.

Continua após a publicidade

Ela queria testar uma hipótese irônica: a de que o Hunley afundou graças à onda de choque da explosão causada por seu próprio torpedo. Não é difícil de acreditar. Afinal, o explosivo primitivo usado no ataque era feito de 61 kg de pólvora negra, e foi disparado por meio de um cano de cobre a uma distância de apenas 5 metros do casco do navio inimigo.

Nessa altura já dá para imaginar como foram os testes. Lance realmente explodiu pólvora negra perto do pobre USS Tiny – e, sempre levando em consideração a distância de 5 metros, aumentou a dose até conseguir interromper de forma trágica seu passeio na piscina. Os detalhes estão registrados em um artigo científico.

Medindo a pressão exercida sobre o casco do modelo durante a simulação (e depois usando um pouco de matemática para passar esses dados para a escala real), ela descobriu que a explosão do torpedo não precisaria ter atingido diretamente o Hunley para afundá-lo.

Continua após a publicidade

Àquela distância, a onda de choque teria a intensidade necessária para fazer com que todos os seus tripulantes desmaiassem e sofressem sangramentos no pulmões.

Nessa situação, segundo os cálculos da pesquisadora, um desmaio coletivo teria 84% de chance de ser fatal. Afinal, a hélice propulsora do Hunley era acionada manualmente (veja a ilustração abaixo). Em outras palavras, o submarino afundou assim que seus tripulantes, desacordados, pararam de fazer força. 

Kellen Correia, diretor da associação que trabalha na preservação do submarino, discorda. Ele afirmou à SUPER que as conclusões de Lance são imprecisas por não levarem em consideração detalhes estruturais do submarino. “Ela não teve acesso a informações forenses que seriam essenciais para tirar conclusões confiáveis. Nossas pesquisas indicam que a teoria da onda de choque dificilmente foi a real causa do naufrágio do Hunley.”

Continua após a publicidade
barco
(US Naval Historical Center/Creative Commons)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.