Como a vida de Marie Curie pode inspirar a sua
"Precisamos ter perseverança e confiança em nós mesmo. Precisamos acreditar que temos talento para alguma coisa e que essa coisa pode ser atingida"
Nunca deixe que ninguém diga o que você pode ou não fazer, o que você deve ou não fazer. A história de Marie Curie mostra como é importante buscar as suas ambições e manter-se firme no curso, a despeito de tudo que aconteça para tentar tirar você dele. A palavra-chave é empoderamento, e nada poderia definir melhor essa grande cientista. Mesmo sem dinheiro e prestígio, num mundo que se recusava a deixá-la exercer seu papel como intelectual, ela batalhou, até prosperar. E como prosperou.
Trata-se de uma grande heroína da causa feminista. Passou a vida inteira ouvindo que mulheres não fazem isso, mulheres não podem aquilo, não devem aquilo outro, e terminou fazendo o que homem nenhum até o momento havia feito: conquistar dois Prêmios Nobel.
Se você parar para pensar que muitos cientistas passam a vida inteira correndo atrás de um desses, o fato de ela ter ganhado dois é estonteante. E demonstra a importância da fibra de Marie Curie, algo que ela decerto adquiriu desde pequena, vivendo em meio a pais inquiridores e combativos. A opressão que ela viu acontecer à Polônia nas mãos da Rússia ajudou a moldar seu caráter e fez com que qualquer argumento de autoridade caísse por terra quando se interpunha em seu caminho.
E um aspecto importantíssimo é que Madame Curie jamais chegou aonde chegou tentando emular o comportamento masculino. Não lançou mão de ser uma mulher-homem para vencer num mundo que até então era província exclusiva dos homens.
Foi mãe com convicção, e criou as filhas com a mesma mentalidade com que formou seu próprio caráter. “Eu fui frequentemente questionada, especialmente por mulheres, sobre como eu podia reconciliar a vida familiar com uma carreira científica”, ela disse, certa vez. “Bem, não foi fácil”, completou, reconhecendo os desafios que as mulheres têm de fazer para equilibrar carreira e família.
Generosa e preocupada, ela tinha a empolgação pueril de revelar os segredos da natureza e a convicção de que a ciência tinha muito mais a dar ao ser humano do que a tirar dele.
O que mais a irritava, na verdade, era ser o tempo todo rotulada pelo seu gênero – fosse para recriminá-la ou para admirá-la. No fundo, ela queria apenas ser vista como mais um cientista, ou melhor, mais um ser humano, buscando seu espaço e exercendo sua capacidade intelectual da melhor maneira possível.
Marie Curie não ligava para títulos, não suportava falsidade e odiava fofocas – algo da qual, naturalmente, fora vítima a vida toda. “Seja menos curioso sobre as pessoas e mais curioso sobre ideias”, ela dizia.
Apesar da tristeza de ter morrido por conta dos riscos envolvidos no estudo da radioatividade, não há dúvida de que Marie Curie morreu como viveu – de forma intensa e fazendo aquilo que gostava e no que acreditava. Mais que isso: provou à sua geração e às gerações seguintes que as mulheres nada tinham a dever aos homens na empolgante busca pelo conhecimento.
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