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Como a tecnologia ajuda a rastrear a migração de pássaros

Veja quais ferramentas são usadas para mapear as rotas das aves – e como elas podem melhorar a conservação das espécies.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 16 set 2022, 19h41 - Publicado em 16 set 2022, 19h39

Monitorar a rota dos pássaros é uma atividade de conservação vital. Afinal, é entendendo o trajeto desses animais (e quais perigos eles enfrentam no caminho) que as medidas de proteção se tornam mais eficazes – e podem ajudar a frear a queda global das espécies de aves migratórias.

Mas como fazer isso?

De vários modos. A partir de registros de observação e dados coletados por anilhas em pássaros, por exemplo, pesquisadores mapeiam algumas das rotas de migração e o tempo de viagem dessas espécies.

E não são apenas cientistas que colaboram com isso. Na plataforma eBird, observadores de pássaros do mundo todo podem registrar os seus avistamentos em um banco de dados central, o que ajuda a criar uma análise em tempo real do fluxo migratório.

Pesquisadores também equipam os pássaros com pequenos transmissores movidos a energia solar, que enviam via satélite dados sobre a localização. Por meio desse sistema, os cientistas conseguem saber onde está um pássaro, o caminho que ele percorreu para chegar lá e a velocidade do deslocamento.

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Esses estudos de telemetria mostram que as aves variam seu comportamento migratório até mesmo aquelas criadas juntas têm suas características. As diferenças singulares na migração são consequência provável das diferenças na condição física, aprendizagem, experiência e até preferências dos pássaros.

Algumas aves, contudo, são pequenas demais para carregar um transmissor. A migração demanda um esforço grande e, para não atrapalhar a viajante, o dispositivo não pode ultrapassar 5% do peso corporal da ave. O problema é que muitas delas pesam menos de 20 gramas e ainda não há chips leves o suficiente para elas.

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Uma ave da espécie Passerina ciris equipada com um geolocalizador de 0.7 gramas. Essa espécie costuma pesar apenas 16 gramas. (Jeffrey F Kelly/Divulgação)
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Uma solução para pássaros peso-pena é usar uma etiqueta geolocalizadora, ou geologger – em vez de um rastreamento em tempo real, ela apenas marca a hora, a localização e a presença ou ausência de luz solar. Aves etiquetadas devem ser capturadas novamente para que os cientistas façam o download dos dados. Nesse caso, o pássaro precisa concluir com sucesso a migração de ida e volta, e retornar ao local em que foi inicialmente marcado.

Ornitólogos também usam gravações automatizadas para registrar chamados noturnos e identificar quais espécies ou grupos emitem cada som. Com um microfone apontado para o céu e conectado a um computador, eles gravam continuamente o fluxo sonoro do ambiente, auxiliados por um software de reconhecimento de ruído.

Essa tecnologia é capaz de revelar aves que não seriam vistos em terra. Observadores de pássaros também estão construindo estações de gravação de quintal para identificar quem voar sobre suas casas.

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De acordo com Tom Langen, professor de biologia da Universidade Clarkson (e que escreveu um artigo sobre tecnologias de rastreio de aves para o site de divulgação científica The Conversation), as novas ferramentas de monitoramento são bem-vindas na tarefa de proteger as aves migratórias diante da perda de habitat e outras ameaças. Os rastreadores, por exemplo, apontam a existência de “pit-stops” ao longo das rotas de migração, usadas pelas aves como lugar de descanso ou alimentação. Especialistas em conservação concordam amplamente que, para proteger essas aves, a conservação desses locais é fundamental.

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