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Como a Nasa alertaria o mundo sobre a queda de um asteroide na Terra?

Ela avisaria um grupo internacional de astrônomos e aí ligaria para a Casa Branca ou a ONU, dependendo de onde o objeto fosse cair. Também poderia tomar medidas para tentar evitar o desastre - mas precisaria de alguns anos de antecedência.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 19 fev 2024, 18h41 - Publicado em 19 fev 2024, 18h36

Prato cheio do cinema de catástrofe e de ficção científica, a queda de um asteroide na Terra suscita a curiosidade (e o desespero), de como o planeta lidaria com esse desastre iminente. Desde clássicos como Armageddon, de Michael Bay, lançado em 1998, até o mais recente Não Olhe Para Cima, de Adam Mckay, o cinema vem tentando responder como a gente aqui lidaria com o problema.

Mas a Nasa já tem essas respostas (e não, não envolve enviar um grupo de mineradores para explodir o asteroide ao som de Aerosmith).

O planeta Terra possui um passado conturbado. Era relativamente comum haver queda de meteoros por aqui – a ponto de terem tido influência na formação dos continentes. Mas, desde a extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos, vivemos um período de certa calmaria. 

O asteroide que levou ao fim dos grandes répteis, o Chicxulub, tinha pelo menos 10 km de diâmetro (pouco maior que o Monte Everest). O impacto se um desses caísse na Terra hoje seria duas milhões de vezes mais forte do que uma bomba de hidrogênio. O Caribe e quase todo o território do México seriam vaporizados instantaneamente.

Depois do impacto (que causaria um terremoto de magnitude 10), uma nuvem de poeira e cinzas iria cobrir a Terra, bloqueando a luz solar e congelando todo o planeta.

Qual seria a diferença então? Bom, a Nasa iria nos avisar muito antes da queda do meteoro. Hoje, a agência americana possui o Escritório de Coordenação de Defesa Planetária, que desenvolve  algumas alternativas para lidar com situações do tipo.

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A caça de asteróides

Uma das principais ferramentas da agência é o rastreamento e monitoramento constante de asteroides. Para isso, a Nasa trabalha em parceria com a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN, na sigla em inglês), uma coalizão global de astrônomos que funciona como um sistema de alerta internacional para bólidos potencialmente perigosos.

Quando um asteroide perigoso é detectado, membros da IAWN analisam e compartilham os dados entre si, avaliando o grau de perigo que o rochedo espacial oferece. Se todos estiverem de acordo a respeito do problema, a Nasa então emite um alerta.

Caso o asteroide possa atingir os EUA, a Nasa notifica a Casa Branca. Caso seja outro lugar que represente uma ameaça internacional, a IAWN alerta o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral (UNOOSA).

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Em entrevista ao Business Insider, Lindley Johnson, executivo do Programa para o Escritório de Coordenação de Defesa Planetária, o objetivo é encontrar os asteróides antes que eles nos encontrem: “eu não tenho um telefone vermelho na minha mesa ou algo assim, mas temos procedimentos formais pelos quais a notificação de um impacto sério seria fornecida.”

Para ser considerado potencialmente perigoso, um asteroide precisa ter mais de 140 metros de diâmetro, e estar a 0.5 unidade astronômica de distância (uma unidade astronômica equivale justamente a distância entre a Terra e o Sol). Ou seja, caso a órbita do asteroide esteja no meio disso, já podemos ficar em alerta.

Dos asteroides já mapeados e conhecidos, pelo menos 2.300 estão classificados como perigosos. Quando a órbita de um deles possui alguma chance de impacto com a Terra (como o Benu, que pode atingir o planeta daqui a 159 anos, e possui a probabilidade de uma em 2.700), a Nasa possui algumas cartas na manga.

 

 

Protegendo o planeta

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A primeira parte da defesa do planeta consiste em detectar o asteroide bem antes do seu possível impacto. Dessa forma, a agência americana pode tomar algumas medidas para a sua destruição ou desvio. 

A agência já testou uma forma de deflexão espacial. Em 2022, na missão batizada de Dart (dardo), ela lançou uma missão não tripulada, na qual colidiu uma nave com um asteroide, alterando assim sua órbita para longe do planeta. 

Outra técnica desenvolvida pela agência americana seria a chamada de “trator gravitacional”, onde uma nave seria enviada para se posicionar ao lado do asteroide, de modo que a interação gravitacional entre os dois também alterasse a trajetória do meteoro. 

Todas essas alternativas, porém, só seriam possíveis caso o bólido fosse detectado dentro de um período de cinco a dez anos. 

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Caso sua detecção ocorresse em menos de cinco anos, não haveria tempo o suficiente para que a trajetória do asteroide fosse alterada com nenhuma dessas técnicas. A alternativa seria tentar destruir o rochedo de alguma forma, para assim dispersar ou até mesmo minimizar o seu impacto.

Mas caso o cenário seja igual ao do filme de Mckay, onde o asteroide foi descoberto a poucos meses de se chocar com o planeta, bem, aí provavelmente teríamos um final tão trágico quanto nossos amigos dinossauros. Em tão pouco tempo, não haveria muito o que se pudesse fazer.

De acordo com Jonhson, a melhor saída, realmente, é o monitoramento e o preparo, estando anos à frente dos asteroides. “Isso nos dá tempo suficiente para tentar fazer algo sobre eles enquanto ainda estão no espaço, para que evitemos completamente qualquer catástrofe aqui na Terra.”

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