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Cientistas prolongam vida de ratos ao bloquear proteína inflamatória

Manipulação genética permitiu observar melhora na saúde e aumento de 24% na longevidade dos animais

Por Bela Lobato
17 jul 2024, 16h00

Para um camundongo, chegar às 75 semanas de vida equivale a um humano completar 55 anos de idade. É nessa época que, na maioria dos casos, o corpo dos mamíferos já começa a sofrer mudanças metabólicas importantes que levam à fragilidade do envelhecimento. 

Mas não foi o caso dos animais do laboratório da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Singapura. Depois de passarem por uma manipulação genética, os bichinhos de 75 semanas eram mais resistentes, sofriam com menos doenças e viviam por mais tempo.

Um estudo publicado na última quarta (17) na revista Nature, descreve os experimentos conduzidos nesses bichinhos e uma descoberta que pode impactar as perspectivas para o envelhecimento e o tratamento de doenças inflamatórias em humanos.

Em linhas gerais, o envelhecimento está ligado a mudanças no sistema imunológico e na sinalização interna do corpo. Algumas substâncias já não são produzidas ou não funcionam adequadamente, por exemplo. 

Os cientistas descobriram a IL11, uma proteína que está intimamente associada ao envelhecimento. A substância, normalmente, faz sinalizações que mediam processos inflamatórios no corpo. Por meio de modificações genéticas, os pesquisadores desativaram a produção da IL11 nos camundongos e observaram uma melhora na saúde dos idosos e aumento da expectativa de vida.

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Observou-se que os camundongos sem a IL11 estavam protegidos contra várias doenças e o declínio metabólico normal da velhice. Os machos viveram, com saúde, cerca de 22% a mais do que o esperado; as fêmeas, 25%.

Os pesquisadores destacam que é importante que os estudos sobre longevidade também levem em conta a qualidade de vida e a saúde dos pacientes, coisas que a terapia anti-IL11 parece garantir nos camundongos.

Ainda não se sabe quais seriam os efeitos da inibição da IL11 em seres humanos, mas outra pesquisa já realiza ensaios clínicos em estágio inicial para compreender os efeitos desse tratamento em pacientes com doença pulmonar fibrótica. Esses testes são uma oportunidade para observar também os efeitos nos envelhecimento e nas condições de pessoas idosas.

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