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Cientistas podem ter encontrado DNA em fóssil de dinossauro

Amostras estavam guardadas desde 1980 e podem conter material genético; cientistas encaram possibilidade com cautela.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 9 jan 2023, 22h32 - Publicado em 4 mar 2020, 17h24

Pesquisadores podem ter encontrado vestígios de DNA em fósseis de dinossauros da espécie Hypacrosaurus stebingeri. Alida Bailleul, pesquisadora do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da China e líder da pesquisa, avaliava pedaços de cartilagem do crânio quando notou alguns círculos bem pequenos na peça. Dentro deles, havia um material escuro, lembrando o núcleo, enquanto outros traziam um material todo emaranhado, possivelmente cromossomos.

SI_Hypacrossauro_1
(National Science Review | Oxford Academic/Divulgação)

“Eu não podia acreditar, meu coração quase parou de bater”, disse Bailleul. Os fósseis estavam guardados desde 1980 – ano em que foram encontrados – no Museu de Pedras Rochosas em Montana (EUA). Pertencem a dinossauros que devem ter habitado essa mesma região há cerca de 75 milhões de anos.  

Mas apesar da descoberta, as informações contidas ali ainda são muito limitadas para que seja possível sequenciar o genoma e obter novas informações – ou seja, nada de Jurassic Park. O DNA mais antigo já decodificado era proveniente do osso de um cavalo encontrado na Sibéria. O fóssil datava de 700 mil anos. 

Para confirmar a identidade do material, Alida e sua equipe marcaram as células com iodeto de propídeo, conhecido por reagir com o DNA mudando sua coloração. Então, alguns pontos tiveram a cor mudada para tons fluorescentes de vermelho e azul. Veja um exemplo na imagem abaixo: 

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SI_Hypacrossauro_2
(National Science Review | Oxford Academic/Divulgação)

Por outro lado, os cientistas não extraíram o composto das células fósseis para confirmar se aquilo era DNA ou algum subproduto formado pelo material em decomposição. “Eu não quero nem chamar de DNA, pois estou cautelosa e não quero exagerar os resultados”, afirmou a paleontóloga Mary Schweitzer, uma das autoras do estudo, à National Geographic.

“Os novos resultados aumentam as evidências de que as células e algumas de suas biomoléculas podem persistir por um longo período de tempo. Eles sugerem que o DNA pode se manter preservado por dezenas de milhões de anos. Esperamos que o estudo incentive cientistas que trabalham com DNA antigo a pressionar limites atuais e usar novas metodologias para revelar todos os segredos moleculares desconhecidos que os tecidos antigos possuem”, completa Bailleul.

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