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Cientistas americanos criam gel capaz de prevenir queimadas

Feito de produtos naturais, material consegue impedir o alastramento das chamas de forma surpreendente. Veja vídeo.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 1 out 2019, 20h12 - Publicado em 1 out 2019, 20h12

Apagar um incêndio florestal não é algo simples. Segundo o Ibama, a luta contra o fogo pode mobilizar até 500 homens, aviões-tanque e helicópteros com capacidade para até 4 mil litros de água. Em casos graves, somente a água não é efetiva, e precisa-se misturar a ela os chamados “retardantes”, composto geralmente formados com óxido de ferro e fertilizantes que, em contato com as árvores, protegem contra as chamas e diminuem o ritmo da combustão da madeira.

Pela dificuldade, já dá para perceber que prevenir incêndios aparenta ser bem mais fácil que lutar diretamente contra eles, certo? E alguns países já fazem isso: com a ajuda de satélites que monitoram os focos de calor, dá para averiguar quando vai haver incêndio ou não em certas regiões. Mas, e se fosse possível ter uma postura ainda mais ativa nessa prevenção?

Foi pensando nisso que cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um gel capaz de deixar florestas mais resistentes ao fogo, ajudando a impedir a propagação de focos de incêndio. Esse gel é composto por polímeros de celulose (extraídos das próprias plantas) e partículas de sílica, quimicamente idênticas à areia, misturadas com um fluido retardador de chama.

Atualmente, sprays de combate a incêndios só são usados ​​em casos emergenciais, mas os cientistas americanos propõem uma nova via de atuação: pulverizar áreas de risco antes mesmo da origem de qualquer foco. Segundo os pesquisadores, esse novo gel é resistente a várias formas de intempéries, como chuvas e ventos muito fortes, e apenas uma única pulverização pode proteger a floresta por meses.

Naturalmente, a primeira pergunta que vem a cabeça é: e esse líquido estranho não pode fazer mal a floresta? Bem, os cientistas garantem que não. No estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, eles explicam que o material é atóxico, biodegradável e benigno ao meio ambiente. Até porque ele é feito de muitos componentes naturais.

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Os cientistas já colocaram a ideia à prova. Junto ao Departamento de Silvicultura e Proteção contra Incêndios da Califórnia (CalFire), o grupo experimentou o funcionamento do gel em grama e camurça –  uma forma de emular a vegetação das regiões onde acontecem os incêndios florestais. Os testes se mostraram um sucesso: cerca de 1 litro de fluido por metro quadrado de terra foi suficiente para evitar completamente o alastramento das chamas. Veja nos gifs abaixo, que comparam a vegetação sem o gel e com o gel:

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Segundo os pesquisadores, o tratamento fornece proteção contra incêndios mesmo após chuva. Sob as mesmas condições, líquidos retardadores comercializados atualmente garantem pouca ou nenhuma proteção contra incêndio.

Na próxima fase dos testes, em parceria com o Departamento de Transportes da Califórnia, os pesquisadores irão testar o material em áreas verdes com alto risco de incêndio que ficam nas beiras de estrada, onde origina dezenas de incêndios florestais todos os anos.

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