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Atração romântica está ligada a sincronia na frequência cardíaca, sugere estudo

Pesquisadores mostram que sincronizar com outra pessoa em um nível fisiológico pode ser um importante indicador de atração durante os primeiros encontros.

Por Luisa Costa
Atualizado em 11 nov 2021, 15h00 - Publicado em 10 nov 2021, 18h35

Pesquisadores mostraram que batimentos cardíacos sincronizados podem ser um sinal de conexão romântica e que a habilidade de sincronizar com outra pessoa em um nível fisiológico pode ser um importante indicador de atração durante os primeiros encontros. O estudo, publicado na revista Nature Human Behaviour, partiu de experimentos com 140 jovens na Holanda, que foram agrupados aleatoriamente em casais para realizarem encontros às cegas.

Os participantes receberam óculos especiais, que monitoravam os movimentos de seus olhos, além de sensores para medir batimentos cardíacos e a condutância da pele (ou atividade eletrodérmica) – a variação das características elétricas da pele a partir de excitação psicológica ou fisiológica. A transpiração muda em resposta a alguns estímulos e ajuda a tornar a pele um melhor condutor de eletricidade momentaneamente.

Em cada encontro, os participantes sentavam em lados opostos de uma mesa com uma barreira entre eles. Esta se abria por alguns segundos para que o casal pudesse se ver e fechava novamente. Nesse momento, os participantes avaliavam, individualmente, o quanto se sentiam atraídos um pelo outro.

Em seguida, a barreira se abria novamente, e os participantes conversavam por alguns minutos antes de serem separados novamente. Mais uma avaliação era feita e, então, acontecia a última interação: a barreira abria, e os participantes se observavam sem conversar por alguns minutos – e, por fim, mais uma avaliação.

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Comparando os dados coletados pelos sensores durante as interações e as avaliações feitas pelos próprios participantes, os pesquisadores perceberam que a atração mútua era acompanhada pela sincronia na frequência cardíaca dos envolvidos. 

“Se a frequência cardíaca de uma pessoa aumentava, a da outra também. E se a frequência cardíaca diminuía, o mesmo acontecia com a outra pessoa. A condutância da pele seguiu o mesmo padrão”, afirma Eliska Prochazkova, psicóloga que conduziu o estudo.

Para os pesquisadores, formas mais explícitas de imitar gestos ou o comportamento da outra pessoa – como manter certo contato visual, por exemplo, ou rir juntos da mesma piada – podem ser superficiais e menos importantes. “A atração entre casais parece crescer se eles se sincronizam nesse nível mais profundo.”

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Se sinais externos, como expressões faciais, não dizem tanto sobre a atração entre as pessoas, as microexpressões (que podem ser um piscar de olhos) parecem ter maior impacto – e podem desencadear a sincronia dos batimentos cardíacos. 

“À medida que você inconscientemente percebe essas microexpressões em outra pessoa, você se sente bem porque sente que essa pessoa o entende em um nível emocional”, explica Eliska. “Isso faz com que sua frequência cardíaca aumente. Isso é provavelmente o que acontece quando você acha alguém romanticamente atraente.”

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Mas essas são observações iniciais que deverão ser mais investigadas por estudos futuros. Os pesquisadores afirmam que esse é um dos primeiros estudos que tentaram detectar a atração desse modo e aconselham outros pesquisadores a tentar replicar as descobertas em trabalhos mais rigorosos e com mais participantes.

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