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A Via Láctea está crescendo. E rápido: 500 metros por segundo.

Ao contrário do que se pensava, berçários de estrelas periféricos aumentam constantemente os 100 mil anos-luz de diâmetro da nossa galáxia.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 jul 2020, 20h11 - Publicado em 12 abr 2018, 14h24

O IPTU da Via Láctea não deve ser lá muito barato: a nossa galáxia tem, na hipótese mais humilde, 100 mil anos-luz de diâmetro. Isso significa, em bom português, que você demoraria 899 bilhões de anos para percorrê-la em um carro a 120 quilômetros por hora (65 vezes mais tempo que a idade do Universo). É muito espaço – não surpreende que ela seja lar de algo entre 100 e 400 bilhões de estrelas.

O tamanho já monumental não impede, porém, que ela cresça mais. Muito mais. Cristina Martínez-Lombilla, do Instituto de Astrofísica das Canárias, na Espanha, revelou em um congresso científico  que nosso aglomerado de estrelas ganha 500 metros a cada segundo. “A Via Láctea já é bem grandinha. Mas nosso trabalho mostra que (…) ela está aumentando conforme estrelas se formam na periferia”, explicou a astrônoma. “Não é um processo rápido, mas se você pudesse dar um fast foward e observá-la daqui 3 bilhões de anos, ela já estaria 5% maior do que é hoje.”

Medir esse Biotônico Fontoura cósmico não é fácil. O primeiro passo é estimar a idade das estrelas com base em sua cor. De maneira simplificada, as azuis, quentes e imensas, são mais luminosas e vivem menos (“só” alguns milhões de anos). Já as vermelhas, menores e bem menos brilhantes, duram uns bons bilhões de anos.

As equações nos dizem que, quando estrelas se formam na periferia da galáxia, algumas tendem a se espalhar de leve e acabam estabelecendo sua órbita mais longe do que qualquer outra estrela pré-existente – o que aumenta a área total do aglomerado. O próximo passo, então, é procurar regiões periféricas repletas de estrelas azuis jovens. Ou, em outras palavras, lugares na borda da Via Láctea que sejam berçários de astros e “abasteçam” o crescimento.

Martínez-Lombilla não consegue observar a Via Láctea de longe – pelo motivo óbvio de que está dentro dela, em um planeta chamado Terra –, então o jeito foi calcular a taxa de formação de estrelas periféricas em outras galáxias de estrutura espiral, parecidas, e só aí transpor as observações para a nossa casa. Até então, segundo Ethan Siegel, colunista da NASA, o consenso era que galáxias só cresciam em área quando caia mais matéria nelas (digamos, outra galáxia, só que menor). A formação de estrelas, por si só, não era considerada um fenômeno relevante o suficiente para impulsionar a expansão.

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É bom manter em mente que, embora 500 metros por segundo seja velocidade para dar e vender na escala humana, na escala cósmica isso é bem pouco: demoraria 600 mil anos para a Via Láctea crescer um único mísero ano-luz. Nada perto dos 100 mil que já estão lá. O dado só se torna relevante quando consideramos que a nossa galáxia terá 4 bilhões de anos para flutuar e engordar em paz – depois, ela se chocará com outro aglomerado, o de Andrômeda. E aí tudo pode acontecer.

 

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