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4,6 bilhões de anos: meteorito é rocha vulcânica mais antiga já encontrada

Mais velho que a própria Terra, o EC 002 carrega pistas sobre os primeiros protoplanetas que deram origem ao Sistema Solar.

Por Bruno Carbinatto
9 mar 2021, 19h01

Um pequeno meteorito, que foi encontrado no deserto do Saara em 2020, é mais antigo que a própria Terra – e, com 4,6 bilhões de anos, ostenta o título de rocha vulcânica mais velha já identificada. A descoberta apareceu em um novo estudo científico divulgado nesta semana. O pedaço de rocha pode conter segredos da formação do nosso Sistema Solar, já que sua idade e conteúdo indicam que o meteorito pertencia a um protoplaneta, um planeta nos primeiros estágios de formação.

O meteorito em questão se chama Erg Chech 002 ou EC 002, e foi encontrado na Argélia em maio do ano passado. Ele é formado por andesito, um tipo de rocha vulcânica encontrado em alguns locais da Terra, como na cordilheira dos Andes e em regiões montanhosas formadas pela convergência de placas tectônicas. Meteoritos de andesito, porém, não são tão comuns – a maioria das rochas ígneas que chegam à Terra vindo do espaço são de basalto, uma rocha comum na crosta terrestre.

Análises químicas de átomos de magnésio e alumínio presentes na rocha mostraram que o magma que deu origem ao meteorito se solidificou há cerca de 4,6 bilhões de anos atrás. O número quebra o recorde de rocha ígnea mais antiga conhecida.

O meteorito, dizem os pesquisadores, provavelmente pertencia à crosta de um protoplaneta que se quebrou nas primeiras fases do Sistema Solar, espalhando seus pedacinhos por aí. Isso faz dele ainda mais raro: esses pedaços provavelmente se desintegraram na história ou se juntaram com outros sólidos para formar os planetas e astros que temos em nossa vizinhança cósmica; o EC 002 foi uma exceção especial que acabou vagando até chegar a Terra.

Protoplanetas são estruturas sólidas que correspondem aos primeiros estágios de formação de um planeta. No começo do Sistema Solar, os astronômos acreditam que havia milhares desses mundos por aqui, sendo que a maioria acabou destruídas ou se juntaram para formar os planetas que conhecemos hoje. De certa forma, isso faz o EC 002 um descendente de um dos primos distantes da Terra. A maioria dos meteoritos que chegam a Terra, por sua vez, vem de asteroides como o 4 Vesta, que tem uma crosta rica em basalto.

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Estudos anteriores já haviam sugerido que protoplanetas com crostas formadas por andesito, e não basalto, eram comuns no início do Sistema Solar. Eles teriam sido destruídos e absorvidos por outros astros maiores e, portanto, poucos indícios de sua existência sobreviveram a história – o EC 002 é um deles. Estudá-lo dá pistas sobre como era o ambiente de intensa formação de protoplanetas no início do Sistema Solar.

No novo artigo, por exemplo, os cientistas descobriram que o magma que forma o EC 002 levou pelo menos 100 mil anos para esfriar e se solidificar. Isso pode indicar que o material era especialmente viscoso por razões ainda não muito bem compreendidas.

 

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