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4 razões pelas quais quase nenhum cientista acredita em OVNIs

Ainda que quase todos achem que alienígenas estejam lá, em algum lugar...

Por Fábio Marton
Atualizado em 26 mar 2018, 13h07 - Publicado em 2 mar 2016, 19h30

É quase certo que não estamos sozinhos — o número de estrelas no universo é tão grande que não tem nome: é um 1 seguido por 29 zeros. Só na Via Láctea, existem entre 100 e 400 bilhões. Demais para achar que eles não estão em lugar nenhum. Mas, ainda que haja milhões de planetas abrigando vida no Universo, as chances de que discos-voadores extraterrestes voem pelos céus da Terra é minúscula. Entenda por quê.

1. Talvez a civilização tecnológica não seja inevitável

Nem conhecemos a evolução em outros planetas, mas, no nosso, em 4,1 bilhão de anos de vida, a capacidade de criar uma civilização tecnológica só apareceu uma vez. Somos um caso único, que brotou na Terra há apenas 200 mil anos — míseros 0,005% do tempo de existência deste planetinha. Não que sejamos os únicos seres inteligentes do mundo: orcas, golfinhos, elefantes e até mesmo corvos, gralhas e papagaios nunca param de nos surpreender com sua capacidade mental, e até mesmo as plantas estão se revelando mais espertas do que supúnhamos.

Mas, entre tantas espécies inteligentes, só uma julgou necessário construir rodas, canetas, iPhones e naves espaciais. Se é tão raro aqui, não é impossível que seja raro no Universo todo. Será que as condições que deram origem aos seres humanos não são muito peculiares, um acidente que não seria repetido facilmente em outro planeta?

2. Civilizações não são eternas

Agora, ainda que milhões de civilizações tecnológicas brotem no Universo, nada garante que elas continuem por aí. Considere o seguinte: existimos há 200 mil anos. Mas passamos 190 mil só como um bicho tagarela. Criamos lanças, roupas, flechas e casas, mas vivíamos basicamente na natureza e dela dependíamos 100%, como qualquer outro animal. Foi assim até a invenção mais revolucionária de todas: a agricultura. Isso permitiu que vivêssemos no mesmo lugar, criando cidades e daí Estados e impérios.

Nesses 10 mil anos que vivemos em civilização, a ciência que levou à Apollo 11 é bastante recente — não dá para dar uma data exata, apenas alguns pensadores cruciais, mas o mundo científico moderno não surgiu antes do século 18, combinando ciência e Revolução Industrial. Durante a maior parte da história deste planeta, não havia aqui nenhum sinal de inteligência que pudesse ser avistado do espaço — e não podíamos nem sonhar em mandar foguetes para outros planetas. Ainda que ETs inteligentes e tecnológicos sejam comuns Universo afora, nada garante que eles existam na mesma época que nós.

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3. A relatividade é uma estraga-prazeres

Ok, supondo então que, apesar das improbabilidades no espaço e no tempo, haja outras civilizações tão ou mais avançadas que a nossa. A que distância estariam eles? O astrônomo americano Frank Drake, que dedicou umas boas horas de sua vida calculando a probabilidade de que ETs existam, supôs que pudesse haver entre mil e 100 mil civilizações vivas capazes de se comunicar na Via Láctea. Se forem cem mil, um número incrivelmente otimista, isso dá uma distância média de 1.700 mil anos-luz entre uma e outra.

Em outras palavras: é meio longe. A teoria da relatividade geral diz que é impossível qualquer coisa viajar mais rápido que a velocidade da luz. Os aliens mais próximos, então, levariam 1.700 anos chegarem até nós, e o mesmo tanto para voltarem. Difícil acreditar que houvesse alienígenas com disposição para largar tudo por 3.400 anos só para conhecer o bondinho do Pão de Açúcar.

Outra coisa que só viaja à velocidade da luz é o rádio. Quer dizer que os aliens ainda assim não teriam notícias de nós, porque estariam vendo a Terra há 1.700 anos atrás, quando alta tecnologia era a catapulta. E, se ainda assim decidirem mandar uma mensagem agora para nós, ela só chegará daqui a 1.700 anos.

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4. Não existe prova nenhuma

Dito tudo isso, essa é a razão mais direta para não acreditar em discos-voadores alienígenas. Nenhum artefato alienígena jamais foi encontrado, seja na superfície ou em escavações arqueológicas. Simplesmente não existem evidências sólidas, universalmente aceitas, de que haja discos voadores. Frank Drake é um dos fundadores do Programa SETI, que vem há décadas caçando mensagens no espaço… sem sucesso, apesar de gente de peso apoiar a iniciativa.  E, mesmo com esse pessimismo todo, você pode contar o autor dessas linhas como mais um na torcida.

Alguém vai dizer que não existem evidências porque os governos — todos eles — acobertam toda e qualquer evidência. Difícil acreditar que o governo da Coreia do Norte esteja colaborando com os Estados Unidos para esconder evidências do público, e que a Alemanha Nazista e a União Soviética também tenham feito isso antes. Por mais que haja relatos inexplicados e histórias mal-contadas, é tremendamente improvável que uma grande conspiração global seja mantida secreta por tanto tempo.

Governos também são ruins em ocultar segredos — veja o caso do Wikileaks. Talvez alguém diga que a imprensa — como o Wikileaks — também está coadunada nessa conspiração. Neste caso, não há muito o que argumentar, porque eu sou da imprensa. Vai que este artigo inteiro foi encomendado pelos aliens, que estão me pagando com uma pistola laser maneiraça.

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