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10 distúrbios do sono – dos leves aos mais assustadores

Por Por Raquel Sodré
Atualizado em 26 abr 2019, 19h44 - Publicado em 6 jan 2015, 15h35

Sempre tem aqueles, num grupo de amigos ou na família, que dormem até em pé. Do outro lado do espectro, é claro, todo mundo conhece alguém que fica com o sono atrapalhado por qualquer coisa. Cama diferente, falta do travesseirinho do coração, coberta fina ou grossa demais, o ventilador desligado, aquele barulho irritante de torneira pingando, outra pessoa dormindo na mesma cama, gente andando pela casa…

Dormir pode ser algo praticamente automático ou um verdadeiro suplício. Mas, em todos os casos, ainda é um terreno com muitos caminhos desconhecidos para a ciência. Os motivos pelos quais dormimos (economia de energia, manutenção do corpo e consolidação da memória), por exemplo, só foram descobertos na metade do século passado. E, na década de 80, um grupo de pesquisadores da Universidade de Chicago, nos EUA, descobriu que a falta crônica de sono pode matar.

Nesse universo desconhecido de Morfeu, há distúrbios específicos do sono, que podem atrapalhar de jeitos altamente variados. Gente que fala dormindo, anda dormindo, para de respirar, está andando e, de repente, cataploft: dormiu.

Hoje, a SUPER traz para você os distúrbios mais comuns – e outros, mais raros e assustadores – que podem acontecer durante o sono. Se você se identificar com algum dos sintomas descritos, procure um médico.

10. Bruxismo

Ranger os dentes nem sempre significa raiva. Se isso acontecer de noite e com a pessoa dormindo, é (só) bruxismo. O distúrbio pode ser causado por estresse, tensão, ansiedade, ou por arcadas dentárias mal alinhadas.

Além de assustar, o bruxismo pode fazer a pessoa quebrar dentes (ai!), desgastar os ossos da mandíbula, ter dores de cabeça crônicas e outras consequências extremamente incômodas. Mas o tratamento é bem simples: normalmente, uma placa de acrílico que a pessoa usa para dormir (tipo um aparelho móvel) já garante uma boa noite de sono pra todo mundo. Isso se a pessoa não cuspir a placa no meio da noite…

9. Apneia do sono

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Só quem já dormiu ao lado de alguém com apneia sabe a aflição que dá quando a gente percebe que o outro simplesmente parou de respirar enquanto dormia! O problema é causado porque os músculos da parte traseira da garganta não deixam a passagem de ar aberta, mesmo com a pessoa se esforçando para respirar.

Geralmente, o corpo percebe o problema e acorda – geralmente por períodos tão curtos que a própria pessoa nem se dá conta. Só que de acordadinha leve em acordadinha leve, o sono fica todo “picado” e a pessoa acorda cansada, sem saber o motivo.

Além disso, há indícios de que as reduções recorrentes nos níveis de oxigênio no corpo podem aumentar o risco de hipertensão arterial, doença cardíaca e problemas de memória.

Felizmente, há várias formas de tratar a apneia. Uma delas é uma máscara, tipo um respirador para mergulho, que empurra o ar para dentro, ajudando a manter os dutos respiratórios abertos. Perder peso, evitar bebidas alcoólicas e parar de fumar também ajudam.

8. Falar dormindo

Pode acontecer com qualquer um. Você acorda e, sem saber por que, vira motivo de piada no café da manhã. É que você andou falando enquanto dormia, colega (ou fez xixi na cama. Se esse é o motivo da tiração de sarro, pule para o tópico 6 desta lista). Apesar de relativamente inofensivo, falar dormindo pode te causar vergonha no dia seguinte. Mas fique tranquilo: o conteúdo da fala não é um produto da mente consciente ou racional. Assim, você pode jogar toda a culpa em cima do seu inconsciente.

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7. Sonambulismo

Um amigo meu já se sentou no parapeito da janela sem grades de seu apartamento no sétimo andar e ficou lá, pendurado com as pernas para dentro e de costas para uma queda de aproximadamente 20 metros de altura. Ele estava dormindo, enquanto sua mulher, aterrorizada, tentava convencê-lo a sair dali (puxá-lo para dentro poderia ter um resultado catastrófico). Esse meu amigo é sonâmbulo, como cerca de 1% a 15% da população mundial.

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O distúrbio é mais comum em crianças e em pessoas com déficit de sono. Como o sonâmbulo normalmente está em um sono profundo, costuma ser difícil acordá-lo, e ele provavelmente não vai se lembrar do episódio (meu amigo só acreditou no caso que sua mulher contou quando viu o trilho da janela amassado com o formato de sua bunda na manhã seguinte).

Mas vale deixar claro: acordar o sonâmbulo não é proibido. Esse é um grande mito – e pode ser muito perigoso deixar que a pessoa continuar dormindo. Em todo o mundo, já foram registrados 69 casos de homicídio sonâmbulo, em que a pessoa mata outros enquanto dorme, sem ter consciência de absolutamente nada. Também é possível fazer sexo durante uma crise sonambulismo. Imagina só!

6. Xixi na cama

Não precisa ter vergonha. Todo mundo já fez xixi na cama em algum momento da vida – principalmente quando era criança. O controle da bexiga durante o sono é o último estágio do treinamento para aprendermos a usar o troninho, então faz parte o colchão ser “batizado” algumas vezes.

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Até os 7 anos, é considerado normal que a criança ainda deixe escapar um xixi ou outro na cama. Mas, se passar disso, tem que consultar um pediatra para ver o que há de errado.

Leia também: O que acontece enquanto você dorme

5. Distúrbio de ciclo cicardiano

Animais e plantas têm uma espécie de relógio interno (o tal relógio biológico), que faz com que nosso ritmo acompanhe a rotação da Terra. É um ciclo de aproximadamente 24h, que nos faz dormir à noite e ficar acordados durante o dia.

Em algumas pessoas, contudo, o ciclo cicardiano é superior a 24 horas, e isso vai causando atrasos em seu sono. Meia horinha aqui, meia horinha ali, e daqui a pouco a pessoa está com 100% de energia às 3h da manhã e morrendo de sono às 10h. O problema todo está em ter que trabalhar no horário comercial, como a maioria das pessoas tem.

O distúrbio é muito comum em deficientes visuais sem percepção de luz, pois seu núcleo supraquiasmático – parte do cérebro responsável pela organização do ciclo cicardiano – fica sem a informação (a luz do Sol) que gera o estímulo que vai ditar o ritmo do organismo.

4. Narcolepsia

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Não é mentira: a pessoa está no meio de uma atividade – digamos, lavando as louças do almoço – quando, de repente, dorme. Isso não é resultado da feijoada do almoço, mas da narcolepsia.

O distúrbio é causado pela ausência de hipocreatina – substância produzida no cérebro que faz outras substâncias responsáveis pelo estado de alerta funcionar – no hipotálamo. Atualmente, os tratamentos para narcolepsia são feitos com drogas que repõem os níveis de hipocreatina no organismo.

Vale lembrar que a narcolepsia não parece nada com o que vemos nos filmes. A pessoa sente a sonolência vir, pode até lutar contra ela, mas não consegue evitá-la. A fala fica alterada, e a pessoa pode acabar caindo e se machucando se não chegar a tempo em um lugar adequado, antes do apagão.

3. Síndrome das pernas inquietas

Uma sensação de coceira ou de dormência nas pernas faz a pessoa mexê-las sem parar, o dia inteiro, o tempo todo. A síndrome só é considerada um distúrbio do sono porque é durante a noite que o comichão fica maior e os movimentos das pernas ficam mais frenéticos. Ficar dando chutes e pontapés a noite inteira faz com que a pessoa durma mal – e quem dorme com ela também.

2. Distúrbio de comportamento do sono REM

Sabe aqueles sonhos que, quando você acorda de manhã, pode jurar que foram de verdade? Pode ser um episódio de distúrbio de comportamento do sono REM. O distúrbio é marcado por xingamentos, gritos, chutes e movimentos como se a pessoa estivesse no meio de uma briga. Se não for tratado, o problema pode piorar e ficar ainda mais violento.

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1. Morte súbita infantil

Não há um pai ou uma mãe que não fique aterrorizado com esse mal. A possibilidade – mesmo que remota – de seu bebê estar na cama e, na manhã seguinte, simplesmente não acordar faz com que centenas de pais e mães acordem inúmeras vezes por noite só para conferir se a criança está respirando.

A morte súbita infantil ainda não tem causas identificadas e o risco é maior para bebês do sexo masculino de 2 a 3 meses de vida. Pesquisas já indicam que a síndrome ocorre quando o corpo da criança tem dificuldade para coordenar as funções respiratórias, cardíacas e a temperatura. Normalmente acontece em bebês que nasceram com alguma malformação cerebral em uma das áreas responsáveis por essas funções.

Alguns fatores ambientais também estão relacionados à morte súbita infantil. Alguns deles são: o bebê dormir de bruços; camas não seguras, como colchões de água; superaquecimento por roupas, cobertores ou temperatura do quarto; mãe com idade inferior aos 20 anos e mãe fumante durante a gestação e exposição ao fumo passivo.

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