Nomes que começam com letras do fim do alfabeto deixam as pessoas mais consumistas
Sabe aquele pessoal que passa dias em filas para comprar algo, porque precisa ter aquilo de qualquer jeito, e precisa ter antes dos outros? E aquele pessoal consumista que compra, compra, compra e depois se arrepende? Tem uma nova explicação para isso. E é bizarra, bem como a gente gosta. Um estudo lá dos EUA, feito pelos pesquisadores Kurt A. Carlson (Universidade de Georgetown) e Jacqueline M. Conard (Universidade de Belmont), diz que a culpa é dos nossos nomes, da ordem alfabética e dos nossos professores.
Parece ridículo demais para levar a sério? Vamos considerar os fatos. Os caras observaram os padrões de consumo de voluntários em várias situações. E constataram que as pessoas cujos sobrenomes começavam com letras do finalzinho do alfabeto tendiam a comprar coisas com muito mais rapidez do que as cujos sobrenomes começavam com letras do começo do alfabeto. E que o efeito ficava mais e mais forte conforme a letra inicial se aproximava do Z.
Curiosamente, entre as mulheres casadas era o nome de solteira que importava, sugerindo que a causa desse fenômeno vem lá do comecinho da vida. Surgiu a hipótese: o uso constante da ordem alfabética na escola durante a infância deixa as “crianças do final do alfabeto” com uma ideia de que, se elas quiserem ser as primeiras em alguma coisa, vão ter que “ir lá e fazer acontecer” elas mesmas. Isso explicaria a tendência ao consumo impulsivo, de acordo com os pesquisadores: “em um esforço para compensar essa desigualdade, as ‘crianças do fim do alfabeto’ vão se mover rapidamente quando o sobrenome não for um fator; elas vão ‘comprar antes’. Da mesma forma, aquelas com sobrenomes do começo do alfabeto estarão tão acostumadas a serem as primeiras que as oportunidades individuais para comprar algo não vão importar tanto; elas vão ‘comprar depois’“, diz o estudo (que vai ser publicado na próxima edição do Journal of Consumer Research; dá para ver um pouquinho mais a respeito aqui).
Aí vale dizer uma coisa: a pesquisa levou em consideração os sobrenomes, porque lá nos EUA é por eles que a maioria das listagens se guia. Tradição cultural. Aqui no Brasil, o mais comum é que a gente seja listado pelo primeiro nome. Até aí, isso não anularia o fenômeno – o efeito, caso verdadeiro, seria o mesmo. Mas será? Contra pra gente se isso se aplica para você.
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