Dívidas aumentam a autoestima
Dinheiro não compra felicidade. Mas, olha só, a inadimplência talvez ajude um pouco nessa questão: um estudo feito por pesquisadores dos EUA constatou que estar no vermelho parece aumentar a autoestima das pessoas na casa dos 20 anos.
Cruzando dados financeiros e psicológicos (coletados periodicamente a cada dois anos) de mais de três mil jovens, os caras identificaram o padrão: quanto mais dívidas eles acumulavam, maior eram suas autoestimas e a sensação de que estavam no controle das próprias vidas.
Oi, como assim? Por que as dívidas desse povo são mais divertidas do que as nossas?
Parte do efeito, segundo os especialistas, vem do sentimento de que as dívidas – em particular, os empréstimos estudantis – representam investimentos no futuro. Às vezes, você precisa se endividar para estudar numa boa faculdade, arrumar um bom emprego e ganhar bem lá na frente. Faz sentido. Mas mesmo os impulsos consumistas, que não fazem nada pelo currículo, podem levantar o amor-próprio. No caso, porque ter o que você quer quando você quer faz você se sentir bem – especialmente se dá para adiar a parte chata: o acerto de contas.
Mas essa festa não é eterna.
Conforme os participantes do estudo iam se aproximando dos 30 anos, o “barato” do vermelho começava a passar. Talvez porque os mais jovens vivam com a impressão de que vão ter muito tempo para quitar as dívidas, supõem os pesquisadores. Eventualmente, a idade chega, você não ganha tanto dinheiro quanto imaginava que estaria ganhando naquela fase da vida e, pôxa, elas ainda estão lá. “Quando fizeram as dívidas, eles devem ter pensado que pagá-las seria fácil, e eis que não é tão fácil assim”, diz a líder do estudo, Rachel Dwyer.
Resumindo: ter dinheiro (ou crédito para gastar mais do que tem, no caso) faz sim você se sentir o bonzão, mesmo quando isso significa se endividar. Mas ficar pagando esse dinheiro de volta por anos e anos, hum, não é tão legal assim.
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