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Cientistas chineses editaram DNA de embriões humanos. Não deu certo

Por Fabio Marton Assim como na história de Mary Shelley, o propósito era nobre. A equipe liderada por Junjiu Huang, da Universidade Sun Yat-Sen em Guangzhou queria consertar um gene defeituoso, causador da talassemia beta, uma forma potencialmente letal de anemia. Usando a enzima CRISPR/Cas9, que já havia sido testada em ratos, eles tentaram substituir […]

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 09h07 - Publicado em 24 abr 2015, 18h56

Por Fabio Marton

Assim como na história de Mary Shelley, o propósito era nobre. A equipe liderada por Junjiu Huang, da Universidade Sun Yat-Sen em Guangzhou queria consertar um gene defeituoso, causador da talassemia beta, uma forma potencialmente letal de anemia. Usando a enzima CRISPR/Cas9, que já havia sido testada em ratos, eles tentaram substituir o trecho defeituoso – o gene HBB – por um saudável.

Os chineses usaram embriões descartados por clínicas de fertilidade. Por questões éticas, foram escolhidos apenas embriões inviáveis, com um par a mais de cromossomos, formados por uma fecundação acidental por dois espermatozoides. Eles são capazes de começar a se desenvolver, mas, se implantados, acabariam abortados naturalmente, antes de produzir qualquer coisa que lembre um feto humano.

Se você está achando tétrico, ainda não ouviu sobre os resultados. A equipe de Huang injetou 86 desses embriões com a CRISPR/Cas9. 71 sobreviveram, dois quais 54 foram testados geneticamente. Desses, apenas 28 tiveram seus genes modificados. Quase nenhum acabou com a sequencia correta – ao invés disso, mutações aleatórias ocorreram na maioria dos casos. Os embriões foram então descartados.

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Oficialmente descartados

Huang tentou publicar seus resultados nas publicações acadêmicas Nature e Science. Foi rejeitado por ambos, por razões éticas. Por ora, ele disse ter parado. “Se você quer fazer isso em embriões normais, precisa estar próximo de 100% [de sucesso]”, afirmou, em entrevista ao site da Nature. “Por isso paramos. Achamos que [a pesquisa] ainda está muito imatura”. Ainda segundo a Nature, existem quatro outros grupos de cientistas chineses fazendo o mesmo tipo de pesquisa.

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