Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Bruno Garattoni

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
Continua após publicidade

Anvisa apresenta documento russo sobre vírus replicante na Sputnik V

Possível presença de vírus capaz de se reproduzir, razão citada pela agência para barrar a vacina, é mencionada em relatório do Instituto Gamaleya; outros imunizantes têm zero RCAs; entenda o caso

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 abr 2021, 20h04 - Publicado em 29 abr 2021, 17h53

Possível presença de vírus capaz de se reproduzir, razão citada pela agência para barrar a vacina, é mencionada em relatório do Instituto Gamaleya; outros imunizantes têm zero RCAs; entenda o caso

Ao vetar a importação da vacina Sputnik V, a Anvisa alegou que ela contém adenovírus replicante (RCA). A Sputnik, assim como a vacina de Oxford e a da Johnson & Johnson, é uma vacina de vetor viral. Nas vacinas desse tipo, um vírus inofensivo é usado como veículo: ele carrega instruções para que o corpo produza a proteína spike, do Sars-CoV-2 (e, com isso, a pessoa fique imunizada contra a Covid). 

A vacina de Oxford usa como vetor o ChAd, um adenovírus que infecta chimpanzés. A vacina da Johnson é baseada no adenovírus humano Ad26. E a Sputnik, por sua vez, usa dois: o Ad26, na primeira dose, e o Ad5, na segunda dose (empregar dois vetores, como explicamos melhor aqui, é uma forma de aumentar a eficácia da vacina). Todos esses vírus são inofensivos. O ChAd não infecta humanos, e os adenovírus, que foram descobertos em 1953 nas adenoides de uma pessoa (daí seu nome), causam resfriados leves e são bem comuns (mais da metade dos americanos, por exemplo, já pegou Ad5 na vida).

Mas as vacinas de vetor viral possuem um mecanismo de segurança: os vírus são modificados em laboratório para que não consigam se reproduzir no corpo humano. Esse é o centro da polêmica envolvendo a vacina Sputnik. A Anvisa diz ter recebido um documento, do Instituto Gamaleya, que estipula um patamar máximo para vírus replicante (RCA) na vacina russa. Isso é ruim, pois o limite deveria ser zero. É o que as demais vacinas de vetor viral praticam. Os russos responderam atacando a Anvisa, e afirmando que a Sputnik não contem RCA

Até ontem, esse era o impasse. Hoje (dia 29), em apresentação à imprensa, a Anvisa mostrou trechos do documento do Instituto Gamaleya – que, de fato, estipula limites para a presença de RCAs na vacina Sputnik. Veja abaixo: 

Continua após a publicidade
gráfico
Limite máximo de RCAs estipulado para três lotes da vacina Sputnik V (veja o item 9, “Specific Safety”). (Anvisa/Reprodução)

Segundo a Anvisa, o quadro Component II se refere à vacina completa e acabada. Nele, o documento do Gamaleya fala em quantidade “menor que 1×10^2 RCA/dose”. Portanto, há sim um limite de tolerância. Isso não significa que a Sputnik de fato contenha RCAs – mas é um mau sinal, porque diverge da norma observada pelas demais vacinas de vetor viral (que são produzidas com zero tolerância a replicantes). 

Durante a apresentação de hoje, a Anvisa exibiu algumas páginas do documento do Instituto Gamaleya. A Super solicitou à agência que compartilhe o documento na íntegra.  Se isso ocorrer, este texto será atualizado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.