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Telescópio James Webb encontrou mundos que são “híbridos” de estrelas e planetas

Também conhecidos como estrelas fracassadas, as anãs marrons têm tamanho de planeta – mas se formaram como estrelas.

Por Eduardo Lima
31 ago 2024, 18h00

O Telescópio Espacial James Webb foi usado por astrônomos para encontrar seis planetas esquisitos e rebeldes. Entre cinco e 15 vezes mais massivos que nosso gigante gasoso Júpiter, eles não orbitam nenhuma estrela. E aí as coisas começam a ficar mais estranhas.

Os seis mundos encontrados pelo James Webb parecem planetas, mas foram formados como estrelas. Um deles até é o hospedeiro dos princípios de um Sistema Solar em miniatura. Astrônomos da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, encontraram os mundos bizarros no aglomerado estelar NGC 1333. A versão preliminar da descoberta está disponível no arXiv. O texto ainda não foi publicado em um periódico especializado.

Apesar do tamanho de planeta, a formação desses mundos foi provavelmente parecida com a das estrelas, que surgem do colapso de nuvens de poeira e gás (que nem o Sol). Objetos estelares como esses, que se formam como estrelas mas não tem a massa necessária para aguentar a fusão nuclear do hidrogênio, são chamados de anãs marrons ou estrelas fracassadas (coitadas).

Estrelas fracassadas (em dar suporte à vida)

Algo que impressionou os cientistas foi que eles não encontraram nada mais leve que cinco vezes a massa de Júpiter, mesmo tendo, com o James Webb, a capacidade técnica de encontrar esses objetos menores. Isso levou os astrônomos a criar a hipótese de que essa é a menor massa possível para uma anã marrom.

Esses corpos celeste com massa de planeta representam 10% dos objetos no aglomerado estelar NGC 1333. Um deles é especialmente incomum. Em volta da estrela fracassada, há um anel de poeira estelar igual ao que formou os planetas do nosso Sistema Solar. Esse é o menor objeto espacial a ser visto com um desses anéis, que pode representar o início de um sistema planetário. Não parece tão fracassada agora, né?

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As anãs marrons brilham principalmente na frequência infravermelha – fora do nosso espectro visível, mas pode ser percebida por nós como calor. Quando elas apagam, depois de centenas de milhões de anos, os planetas a sua volta congelam e o sistema todo entra na escuridão. Isso significa que é muito improvável achar algum sinal de vida orbitando anãs marrons. Parece que a estrela é fracassada em alguma coisa, mesmo.

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